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Áudio do WhatsApp: aprenda a usá-lo para produção de provas judiciais. Imagem ilustrativa do artigo.

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Áudio do WhatsApp como prova judicial: conheça a degravação

Quando falamos em áudio do WhatsApp, temos dois grupos: os que amam e os que odeiam. Porém, preferências à parte, muitos áudios do WhatsApp podem conter informações necessárias a um processo judicial. Uma das etapas de um processo judicial é…

Dividido por categorias, nosso blog apresenta artigos que se encaixam nos mais diversos temas.

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Algumas diferenças entre o inglês americano e o inglês britânico:

diferencas-entre-inles-americao-e-ingles-britanico

 [:pt]Algumas diferenças entre o inglês americano e o inglês britânico:

inglês[:]

100 erros de português frequentes no mundo corporativo

São Paulo – Especialistas advertem: tropeçar no português pode prejudicar a sua carreira. Mas é certo também que há erros que saltam aos olhos e há aqueles que quase passam despercebidos.

A lista de equívocos frequentes no mundo corporativo é grande e é bem provável que você já tenha cometido alguns deles. Para chegar aos 100 erros, EXAME.com consultou professores de português e também o livro de Laurinda Grion “Erros que um executivo comete ao redigir (mas não deveria cometer)”, da editora Saraiva. De A a Z, confira os tropeços mais comuns e as dicas para nunca mais errar:

1 A/há

Erro: Atuo no setor de controladoria a 15 anos.
Forma correta: Atuo no setor de controladoria há 15 anos.

Explicação: Para indicar tempo passado usa-se o verbo haver.

2 A champanhe/ o champanhe

Erro: Pegue a champanhe e vamos comemorar.
Forma correta: Pegue o champanhe e vamos comemorar.

Explicação: De acordo com o Dicionário Aurélio, a palavra “champanhe” provém do francês “champagne” e é um substantivo masculino, como defende a maioria dos gramáticos, explica Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional

3 A cores/ em cores

Erro: O material da apresentação será a cores
Forma correta: O material da apresentação será em cores

Explicação: Se o correto é material em preto em branco, o certo é dizer material em cores, explica Laurinda Grion no livro “Erros que um executivo comete ao redigir (mas não deveria cometer).

4 A domicílio/ em domicílio

Erro: O serviço engloba a entrega a domicílio
Forma correta: O serviço engloba a entrega em domicílio

Explicação: No caso de entrega usa-se a forma em domicílio. A forma a domicílio é usada para verbos de movimento. Exemplo: Foram levá-lo a domicílio.

5 A longo prazo/ em longo prazo

Erro: A longo prazo, serão necessárias mudanças.
Forma correta: Em longo prazo, serão necessárias mudanças.

Explicação: Usa-se a preposição em nos seguintes casos: em longo prazo, em curto prazo e em médio prazo.

6 A nível de/ em nível de

Erro: A nível de reconhecimento de nossos clientes atingimos nosso objetivo.
Forma correta: Em relação ao reconhecimento de nossos clientes atingimos nosso objetivo

Explicação: De acordo com o professor Reinaldo Passadori, o uso de “a nível de” está correto quando a preposição “a” está aliada ao artigo “o” e significa “à mesma altura”. Exemplo: Hoje, o Rio de Janeiro acordou ao nível do mar. A expressão “em nível de” está utilizada corretamente quando equivale a “de âmbito” ou “com status de”. Exemplo: O plebiscito será realizado em nível nacional.

7 À partir de/ a partir de

Erro: À partir de novembro, estarei de férias
Forma correta: A partir de novembro, estarei de férias.

Explicação: Não se usa crase antes de verbos

8 A pouco/ há pouco

Erro: O diretor chegará daqui há pouco.
Forma correta: O diretor chegará daqui a pouco.

Explicação: Nesse caso, há pouco indica ação que já passou, pode ser substituído por faz pouco tempo. A pouco indica ação que ainda vai ocorrer, a ideia é de futuro.

Texto retirado da Exame.com, em 03 de outubro de 2013:

Confira a matéria na íntegra pelo link:http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/100-erros-de-portugues-frequentes-no-mundo-corporativo[:pt]A boa comunicação é fundamental, na tradução e na vida. Veja a importância no texto abaixo, retirado da Exame.com, em 03 de outubro de 2013:

100 erros de português frequentes no mundo corporativo

São Paulo – Especialistas advertem: tropeçar no português pode prejudicar a sua carreira. Mas é certo também que há erros que saltam aos olhos e há aqueles que quase passam despercebidos.

A lista de equívocos frequentes no mundo corporativo é grande e é bem provável que você já tenha cometido alguns deles. Para chegar aos 100 erros, EXAME.com consultou professores de português e também o livro de Laurinda Grion “Erros que um executivo comete ao redigir (mas não deveria cometer)”, da editora Saraiva. De A a Z, confira os tropeços mais comuns e as dicas para nunca mais errar:

1 A/há

Erro: Atuo no setor de controladoria a 15 anos.
Forma correta: Atuo no setor de controladoria há 15 anos.

Explicação: Para indicar tempo passado usa-se o verbo haver.

2 A champanhe/ o champanhe

Erro: Pegue a champanhe e vamos comemorar.
Forma correta: Pegue o champanhe e vamos comemorar.

Explicação: De acordo com o Dicionário Aurélio, a palavra “champanhe” provém do francês “champagne” e é um substantivo masculino, como defende a maioria dos gramáticos, explica Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional

3 A cores/ em cores

Erro: O material da apresentação será a cores
Forma correta: O material da apresentação será em cores

Explicação: Se o correto é material em preto em branco, o certo é dizer material em cores, explica Laurinda Grion no livro “Erros que um executivo comete ao redigir (mas não deveria cometer).

4 A domicílio/ em domicílio

Erro: O serviço engloba a entrega a domicílio
Forma correta: O serviço engloba a entrega em domicílio

Explicação: No caso de entrega usa-se a forma em domicílio. A forma a domicílio é usada para verbos de movimento. Exemplo: Foram levá-lo a domicílio.

5 A longo prazo/ em longo prazo

Erro: A longo prazo, serão necessárias mudanças.
Forma correta: Em longo prazo, serão necessárias mudanças.

Explicação: Usa-se a preposição em nos seguintes casos: em longo prazo, em curto prazo e em médio prazo.

6 A nível de/ em nível de

Erro: A nível de reconhecimento de nossos clientes atingimos nosso objetivo.
Forma correta: Em relação ao reconhecimento de nossos clientes atingimos nosso objetivo

Explicação: De acordo com o professor Reinaldo Passadori, o uso de “a nível de” está correto quando a preposição “a” está aliada ao artigo “o” e significa “à mesma altura”. Exemplo: Hoje, o Rio de Janeiro acordou ao nível do mar. A expressão “em nível de” está utilizada corretamente quando equivale a “de âmbito” ou “com status de”. Exemplo: O plebiscito será realizado em nível nacional.

7 À partir de/ a partir de

Erro: À partir de novembro, estarei de férias
Forma correta: A partir de novembro, estarei de férias.

Explicação: Não se usa crase antes de verbos

8 A pouco/ há pouco

Erro: O diretor chegará daqui há pouco.
Forma correta: O diretor chegará daqui a pouco.

Explicação: Nesse caso, há pouco indica ação que já passou, pode ser substituído por faz pouco tempo. A pouco indica ação que ainda vai ocorrer, a ideia é de futuro.

Confira a matéria na íntegra pelo link: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/100-erros-de-portugues-frequentes-no-mundo-corporativo[:]

Você é um foodie?

Por Ruy Castro, para Folha de São Paulo. 

RIO DE JANEIRO – Se está se submetendo ao curso interno de uma empresa tendo em vista uma futura contratação, você não é um estagiário, mas um “trainee”. Deve haver alguma diferença. Talvez os “trainees”, depois de aprovados, ganhem mais que os estagiários.

Claro que, se você for um “jovem com grande potencial de desenvolvimento”, poderá pular a condição de “trainee” e ir direto para um processo de “mentoring”. Segundo leio, “mentoring” significa “ajudar o talento a desenvolver habilidades que serão decisivas na vida profissional, a entender os valores da empresa e a aprimorar seu relacionamento com a cúpula da organização”.

E se já não for tão jovem e estiver apenas vivendo uma crise profissional? Digamos, você odeia seu emprego, despreza o chefe e quer sumir dali, mas não vê nenhuma perspectiva, nem o mercado o está disputando a dentadas. Nesse caso, só o “coaching” o salvará. E o que é “coaching”? Também segundo leio, “é um acordo entre o ‘coach’ (o profissional) e o ‘coachee’ para atingir um objetivo desejado pelo cliente”. Ou seja, aquilo que, até outro dia, se chamava orientação profissional.

Quem sabe a empresa dos seus sonhos é uma de “factoring”? “‘Factoring’”, idem, “é uma atividade que consiste na prestação de serviços de apoio às pequenas e médias empresas, conjugada com a compra de direitos creditórios originados de vendas mercantis realizadas por sua clientela”. Uma empresa de “factoring”, já se vê, não pode se limitar a “trainees”. Precisa de “mentoring” e “coaching”.

E vá por mim: conta ponto junto aos chefes você ser um “foodie” –um aficionado de grandes pratos em grandes restaurantes. Mas importante mesmo, no mundo corporativo, é saber o que é “trainee”, “mentoring”, “coaching”, “factoring” e “foodie”, e usar essas palavras sem ficar vermelho ou rir.

Ruy Castro, escritor e jornalista, já trabalhou nos jornais e nas revistas mais importantes do Rio e de São Paulo. Considerado um dos maiores biógrafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. Escreve às segundas, quartas, sextas e sábados na Página A2 da versão impressa. 

Matéria publicada na Folha de São Paulo, em 22 de maio de 2013.[:pt]

Você é um “foodie”?

Por Ruy Castro, para Folha de São Paulo. 

RIO DE JANEIRO – Se está se submetendo ao curso interno de uma empresa tendo em vista uma futura contratação, você não é um estagiário, mas um “trainee”. Deve haver alguma diferença. Talvez os “trainees”, depois de aprovados, ganhem mais que os estagiários.

Claro que, se você for um “jovem com grande potencial de desenvolvimento”, poderá pular a condição de “trainee” e ir direto para um processo de “mentoring”. Segundo leio, “mentoring” significa “ajudar o talento a desenvolver habilidades que serão decisivas na vida profissional, a entender os valores da empresa e a aprimorar seu relacionamento com a cúpula da organização”.

E se já não for tão jovem e estiver apenas vivendo uma crise profissional? Digamos, você odeia seu emprego, despreza o chefe e quer sumir dali, mas não vê nenhuma perspectiva, nem o mercado o está disputando a dentadas. Nesse caso, só o “coaching” o salvará. E o que é “coaching”? Também segundo leio, “é um acordo entre o ‘coach’ (o profissional) e o ‘coachee’ para atingir um objetivo desejado pelo cliente”. Ou seja, aquilo que, até outro dia, se chamava orientação profissional.

Quem sabe a empresa dos seus sonhos é uma de “factoring”? “‘Factoring'”, idem, “é uma atividade que consiste na prestação de serviços de apoio às pequenas e médias empresas, conjugada com a compra de direitos creditórios originados de vendas mercantis realizadas por sua clientela”. Uma empresa de “factoring”, já se vê, não pode se limitar a “trainees”. Precisa de “mentoring” e “coaching”.

E vá por mim: conta ponto junto aos chefes você ser um “foodie” –um aficionado de grandes pratos em grandes restaurantes. Mas importante mesmo, no mundo corporativo, é saber o que é “trainee”, “mentoring”, “coaching”, “factoring” e “foodie”, e usar essas palavras sem ficar vermelho ou rir.

Ruy Castro, escritor e jornalista, já trabalhou nos jornais e nas revistas mais importantes do Rio e de São Paulo. Considerado um dos maiores biógrafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. Escreve às segundas, quartas, sextas e sábados na Página A2 da versão impressa. 

Matéria publicada na Folha de São Paulo, em 22 de maio de 2013.[:]

Corporativês – fale o idioma da sua área!

Que idioma é esse? No vídeo publicado no YouTube “Coisas que o Mercado Fala”, dentro de uma loja, uma cliente afirma, ao pagar a conta, que irá “se alavancar muito hoje” (ou seja, vai contrair dívidas) e que um par de sapatos “está dando compra” (o preço caiu).

Trata-se de um esquete encomendado pela equipe da corretora de investimentos XP em que operadores e analistas de Bolsas de Valores usam palavras típicas do mercado financeiro para situações cotidianas.

Um dos analistas da empresa, William Castro Alves, 29, conta que a ideia era “fazer um vídeo engraçado e legal para que as pessoas ficassem curiosas e motivadas a entender mais sobre o mercado de capitais”.

Alves afirma que, às vezes, palavras rebuscadas para conceitos simples afastam potenciais investidores.

Ele exemplifica com a sigla do inglês ROI (“return on investment”, em português retorno sobre investimentos) para se referir a quanto alguém está ganhando de dinheiro em relação ao capital investido.

A criação de palavras ou expressões dentro de um grupo de trabalhadores “está aumentando”, diz a professora Leila Barbara, da PUC-SP, que dá aulas no programa de pós-graduação em linguística aplicada.

Barbara aponta um “suspeito”: a tecnologia. “Antes, conversava-se com quem estava perto. Hoje, fala-se com quem quiser no mundo. Todos querem facilitar o diálogo com pessoas de outros países. Então, imita-se um pouco para, depois, usar a palavra por aí.”

“Essas palavras têm praticidade. É uma forma de dizer algo mais rapidamente”, diz Renê Coppe Pimentel, coordenador do MBA de finanças da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras). Mas o uso exagerado, ele diz, soa forçado e “tem gente que faz isso, sim”.

Os trabalhadores de finanças não são exceção: no mundo do trabalho, cada segmento tem suas expressões próprias que não fazem sentido fora do círculo de profissionais, diz a professora titular da faculdade de letras da USP Ieda Maria Alves.

IDENTIDADE

Diego Bitencourt Contezini, 27, sócio da Informant, um laboratório de desenvolvimento de softwares, diz que usa termos em inglês, em muitos casos, “por comodismo mesmo, mesmo que existam equivalentes em português; é feio, mas acontece.”

Ele explica que muitos termos têm origem em metodologias e novas tecnologias que são batizadas em inglês e depois entram no cotidiano.

Contezini dá o exemplo do termo “sprint” que, em inglês, originalmente se refere a uma corrida de velocidade, mas que, por causa de uma metodologia comum entre profissionais de TI cujo nome é “scrum”, é empregado no sentido de um espaço de tempo de duração variável.

“A conversa entre duas pessoas da área da TI é ininteligível para quem é de fora. É hermético de propósito, diz Tales Andreassi, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) e colunista da Folha. Ele considera que profissionais de uma determinada área têm esse hábito para criar uma identidade e, às vezes, proteger conhecimento.

É a mesma motivação para o surgimento de gírias entre adolescentes, afirma a professora Barbara.

“Eles [adolescentes] não sabem por que inventam gírias, mas é para buscar identidade, e isso é importante. Quem não usa [novos termos] quer ser enxergado como pessoa culta ou tem medo de ser como ignorante, mas é melhor se acostumar.”

PROFISSIONAIS USAM JARGÕES PELA MESMA RAZÃO QUE ADOLESCENTES FALAM GÍRIAS: CRIAR UMA IDENTIDADE

 

FOCAR

Concentrar atenção em um público ou um produto

PRODUTO KILLER

de matador, em inglês; algo com potencial de mercado

TRACKEAR

Rastrear dados, como a mensuração de cliques em uma página da internet

GAMIFICAR

Usar dinâmicas de jogos para ações, projetos ou campanhas

BASEADO

Empregado no sentido de localização geográfica

VIRALIZAR

Disseminação de uma peça publicitária pela internet

PLANTA

Aparece no sentido de fábrica ou local físico de uma empresa

PERFORMAR

De “performance”. Significa ter um bom desempenho no trabalho

FAZER O EXIT

Quando o investidor obtém lucros sobre aportes na empresa no momento em que ela é vendida ou entra na Bolsa

DE LÁ PARA CÁ

Os especialistas apontam alguns mecanismos pelos quais palavras ou expressões são criadas. O mais comum chama-se “decalque”, que é uma adaptação de outra língua geralmente, do inglês.

O mais frequente, aponta Barbara, é “transformar palavras [de outro idioma] em verbo, sempre em primeira conjugação”.

Ricardo Barcelos, 37, sócio da consultoria de RH Havik e “headhunter” (recrutator e selecionador) conta que usa um verbo sim: “huntear” Significa buscar um profissional que já está empregado em uma organização. A origem é justamente a expressão usada para designar a profissão dele.

Ele lista outros termos que nasceram da mesma maneira, como “performar” (veja definições na página ao lado e nas seguintes).

“É assim que a língua muda seu vocabulário e a própria sintaxe”, afirma a professora da PUC, que diz achar esses decalques “divertidos”.

Alves também afirma que essas palavras tendem a ser incorporadas pelo português, principalmente quando não há “concorrentes”.

Ela diz que, por esse processo, também se criam “monstrinhos”. E usa como exemplo “experienciar”, do inglês “to experience”, que já possui um equivalente em português: experimentar.

DECALQUES DO INGLÊS

Brifar

Vem de “briefing”, que é explicar um projeto ou uma decisão a alguém

Empoderar

“to empower” significa dar mais poder ou opções a clientes ou funcionários

Experenciar

De “to experience”; trata-se de experimentar algo

Fupar

Corruptela de “follow up” (dar segmento em inglês), significa acompanhar uma decisão ou uma medida ou cobrar alguém

Suportar

Usado como sinônimo de dar suporte técnico, que veio de “to support” (dar apoio), aparece como prestar auxílio a uma operação, e não como aguentar

Huntear

Buscar feita por headhunters (daí a origem) que tentam ‘roubar’ profissionais já empregados em outras empresas

Printar

De “to print”; imprimir um documento

(Essa é a Parte I da reportagem “Uso do ‘corporativês’ cresce, prepare-se para falar o idioma da sua área”. Leia a Parte II e Parte III também)

POR FELIPE GUTIERREZ

Retirado do jornal Folha de São Paulo, domingo, 24 de março de 2013[:pt]POR FELIPE GUTIERREZ

Retirado do jornal Folha de São Paulo, domingo, 24 de março de 2013

No vídeo publicado no YouTube “Coisas que o Marcado Fala”, dentro de uma loja, uma cliente afirma, ao pagar a conta, que irá “se alavancar muito hoje” (ou seja, vai contrair dívidas) e que um par de sapatos “está dando compra” (o preço caiu).

Trata-se de um esquete encomendado pela equipe da corretora de investimentos XP em que operadores e analistas de Bolsas de Valores usam palavras típicas do mercado financeiro para situações cotidianas.

Um dos analistas da empresa, William Castro Alves, 29, conta que a ideia era “fazer um vídeo engraçado e legal para que as pessoas ficassem curiosas e motivadas a entender mais sobre o mercado de capitais”.

Alves afirma que, às vezes, palavras rebuscadas para conceitos simples afastam potenciais investidores.

Ele exemplifica com a sigla do inglês ROI (“return on investment”, em português retorno sobre investimentos) para se referir a quanto alguém está ganhando de dinheiro em relação ao capital investido.

A criação de palavras ou expressões dentro de um grupo de trabalhadores “está aumentando”, diz a professora Leila Barbara, da PUC-SP, que dá aulas no programa de pós-graduação em linguística aplicada.

Barbara aponta um “suspeito”: a tecnologia. “Antes, conversava-se com quem estava perto. Hoje, fala-se com quem quiser no mundo. Todos querem facilitar o diálogo com pessoas de outros países. Então, imita-se um pouco para, depois, usar a palavra por aí.”

“Essas palavras têm praticidade. É uma forma de dizer algo mais rapidamente”, diz Renê Coppe Pimentel, coordenador do MBA de finanças da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras). Mas o uso exagerado, ele diz, soa forçado e “tem gente que faz isso, sim”.

Os trabalhadores de finanças não são exceção: no mundo do trabalho, cada segmento tem suas expressões próprias que não fazem sentido fora do círculo de profissionais, diz a professora titular da faculdade de letras da USP Ieda Maria Alves.

IDENTIDADE

Diego Bitencourt Contezini, 27, sócio da Informant, um laboratório de desenvolvimento de softwares, diz que usa termos em inglês, em muitos casos, “por comodismo mesmo, mesmo que existam equivalentes em português; é feio, mas acontece.”

Ele explica que muitos termos têm origem em metodologias e novas tecnologias que são batizadas em inglês e depois entram no cotidiano.

Contezini dá o exemplo do termo “sprint” que, em inglês, originalmente se refere a uma corrida de velocidade, mas que, por causa de uma metodologia comum entre profissionais de TI cujo nome é “scrum”, é empregado no sentido de um espaço de tempo de duração variável.

“A conversa entre duas pessoas da área da TI é ininteligível para quem é de fora. É hermético de propósito, diz Tales Andreassi, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) e colunista da Folha. Ele considera que profissionais de uma determinada área têm esse hábito para criar uma identidade e, às vezes, proteger conhecimento.

É a mesma motivação para o surgimento de gírias entre adolescentes, afirma a professora Barbara.

“Eles [adolescentes] não sabem por que inventam gírias, mas é para buscar identidade, e isso é importante. Quem não usa [novos termos] quer ser enxergado como pessoa culta ou tem medo de ser como ignorante, mas é melhor se acostumar.”

PROFISSIONAIS USAM JARGÕES PELA MESMA RAZÃO QUE ADOLESCENTES FALAM GÍRIAS: CRIAR UMA IDENTIDADE

 

FOCAR

Concentrar atenção em um público ou um produto

PRODUTO KILLER

de matador, em inglês; algo com potencial de mercado

TRACKEAR

Rastrear dados, como a mensuração de cliques em uma página da internet

GAMIFICAR

Usar dinâmicas de jogos para ações, projetos ou campanhas

BASEADO

Empregado no sentido de localização geográfica

VIRALIZAR

Disseminação de uma peça publicitária pela internet

PLANTA

Aparece no sentido de fábrica ou local físico de uma empresa

PERFORMAR

De “performance”. Significa ter um bom desempenho no trabalho

FAZER O EXIT

Quando o investidor obtém lucros sobre aportes na empresa no momento em que ela é vendida ou entra na Bolsa

DE LÁ PARA CÁ

Os especialistas apontam alguns mecanismos pelos quais palavras ou expressões são criadas. O mais comum chama-se “decalque”, que é uma adaptação de outra língua geralmente, do inglês.

O mais frequente, aponta Barbara, é “transformar palavras [de outro idioma] em verbo, sempre em primeira conjugação”.

Ricardo Barcelos, 37, sócio da consultoria de RH Havik e “headhunter” (recrutator e selecionador) conta que usa um verbo sim: “huntear” Significa buscar um profissional que já está empregado em uma organização. A origem é justamente a expressão usada para designar a profissão dele.

Ele lista outros termos que nasceram da mesma maneira, como “performar” (veja definições na página ao lado e nas seguintes).

“É assim que a língua muda seu vocabulário e a própria sintaxe”, afirma a professora da PUC, que diz achar esses decalques “divertidos”.

Alves também afirma que essas palavras tendem a ser incorporadas pelo português, principalmente quando não há “concorrentes”.

Ela diz que, por esse processo, também se criam “monstrinhos”. E usa como exemplo “experienciar”, do inglês “to experience”, que já possui um equivalente em português: experimentar.

DECALQUES DO INGLÊS

Brifar

Vem de “briefing”, que é explicar um projeto ou uma decisão a alguém

Empoderar

“to empower” significa dar mais poder ou opções a clientes ou funcionários

Experenciar

De “to experience”; trata-se de experimentar algo

Fupar

Corruptela de “follow up” (dar segmento em inglês), significa acompanhar uma decisão ou uma medida ou cobrar alguém

Suportar

Usado como sinônimo de dar suporte técnico, que veio de “to support” (dar apoio), aparece como prestar auxílio a uma operação, e não como aguentar

Huntear

Buscar feita por headhunters (daí a origem) que tentam ‘roubar’ profissionais já empregados em outras empresas

Printar

De “to print”; imprimir um documento

(Essa é a Parte I da reportagem “Uso do ‘corporativês’ cresce, prepare-se para falar o idioma da sua área”. Leia a Parte II e Parte III também)[:]

Forvo.com – aprenda a correta pronúncia de palavras

Forvo.com é um site que permite o acesso à reprodução de pronúncias de palavras nos mais diversos idiomas, de forma a facilitar o seu aprendizado. É o maior guia de pronúncias da internet. O site também está disponível em português. Basta acessar http://pt.forvo.com/

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Forvo.com – acesse a aprenda a correta pronúncia de diversas palavras!
[:pt]Forvo.com é um site que permite o acesso à reprodução de pronúncias de palavras nos mais diversos idiomas, de forma a facilitar o seu aprendizado. É o maior guia de pronúncias da internet. O site também está disponível em português. Basta acessar http://pt.forvo.com/.[:]

Os sólidos conhecimentos de nossa equipe, somados ao uso intensivo de tecnologia, geram agilidade na execução do trabalho e pontualidade na entrega. O sigilo absoluto é a alma do nosso negócio.Our team’s sound knowledge, combined with an intensive use of technology, generate work that is completed quickly and delivered punctually. Absolute confidentiality is the soul of our business.Los sólidos conocimientos de nuestro equipo, sumados al uso intensivo de la tecnología, crean rapidez en la ejecución del trabajo y puntualidad en la entrega. La confidencialidad absoluta es el alma de nuestro negocio.

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